sábado, 16 de maio de 2009

Bebês brecholentos


IRENE RUBERTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O enxoval preparado com carinho por nove meses registra baixas semanas após o nascimento. É o body que ficou apertado, o macacão que não fecha... Para recuperar parte do que foi gasto ou economizar, uma ideia é recorrer aos brechós infantis.
São Paulo tem cinco grandes brechós especializados, que só aceitam peças em ótimo estado. "Crianças ganham muitos presentes, nem conseguem usar tudo. As coisas chegam aqui novas", diz Sheiny Chermont, dona do brechó Bolota.
Roupas e sapatos apertados são só amostra do que vem pela frente. A cadeirinha do carro também terá de ser trocada, o móbile vai perder a graça e o berço será obsoleto. A maioria dessas lojas também vende apetrechos que acompanham o crescimento da criança.
O movimento só cresce nesses brechós, tanto para compra quanto para venda. O garimpo compensa, considerando-se os preços das roupinhas novas. Nos shoppings, um macacão simples custa até R$ 60.
O presidente da Associação Brasileira do Vestuário, Roberto Chadad, diz que a linha infantil exige produção mais elaborada. "Não se pode usar botões que se soltem e a criança possa engolir", afirma. Também não são usadas tintas com derivados de enxofre, para evitar alergias. "E as peças, em geral, são de algodão, mais caro que materiais sintéticos".
Apesar das justificativas, a consultora Benne Catanante acha "caríssimas" as roupas infantis. "Gosto dos brechós não só pela economia, que poderia fazer comprando no Brás, mas pela qualidade das peças", diz ela, mãe de um menino de 7 e de um casal de gêmeos de 6. "Também me agrada o consumo consciente", afirma, nem aí com quem, como diz, "olha torto" para os brechós de bebês.




BRECHOZINHOS

Onde comprar e vender roupinhas e apetrechos infantis quase novos

Bolota
Além de roupinhas de grife, esse brechó vende brinquedos em ótimo estado, que são separados em opções para meninos, meninas e educativos.
As roupas vão do RN (recém-nascido) até o tamanho 12. Há ainda uma ponta de estoque organizada por marcas.
Não faz trocas nem devoluções.
Também não aceita cheque.
>>PARA VENDER: Reflexo óbvio da crise, desde novembro aumentou, no brechó Bolota, o movimento de clientes interessados em vender roupinhas usadas. Por isso, é preciso marcar hora para ser atendido. O ponto positivo é que eles não exigem que você leve um lote mínimo. A avaliação é feita na hora, e as coisas ficam consignadas.
O acerto é feito à medida que as peças vão sendo vendidas. R. Fradique Coutinho, 825, Vila Madalena, tel. (11) 3812-4310, São Paulo. Seg. a sex.: 9h30 às 18h30. Sáb.: 10h às 16h. CC: Master e Visa
www.bolota.com.br

Era uma vez...
O brechó Era Uma Vez Outra Vez começou em uma garagem, há oito anos, e agora tem um acervo de 35 mil peças. “Tive a ideia em uma viagem aos EUA. Não havia nada do gênero por aqui”, conta a dona, Maria Augusta Brandão, que na época tinha um bebê de um ano. A loja tem roupas, sapatos, acessórios, brinquedos e livros usados. Ali você acha peças de todas as estações o ano inteiro –bom para quem está indo viajar. O brechó não aceita trocas nem devoluções.
>>PARA VENDER: Comoa maioria, esse brechó trabalha em consignação.
Quem quer vender roupas e calçados deixa as peças para avaliação e o valor é informado depois. A comissão é de 50%. A avaliação de outros itens, como carrinhos, costuma ser feita na hora.
R. Ministro Godói, 1.169, Perdizes, tel. (11) 3673-6826, São Paulo. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 15h. CC: Diners, Hipercard, Master e Visa
www.eraumavezoutravez.com.br

Pistache
Com quase seis anos de existência, o brechó Pistache só registra aumento de movimento. No ano passado, deixou o sobrado onde estava instalado e se mudou para um imóvel maior. Tem roupas, calçados e todos os acessórios infantis. Até o fim de maio, faz promoção de peças compreços de até R$ 10. Há roupinhas de marcas nacionais, como Tyrol, Green e Lilica Ripilica, e importadas. Compras acima de R$ 100 podem ser parceladas em duas vezes, e acima de R$ 150, em três.
>>PARA VENDER: É preciso marcar hora e oferecer no mínimo dez peças.
O Pistache não trabalha com consignação:
roupas de marca normalmente são compradas, com pagamento feito na hora,e as demais podem ser trocadas por outros produtos.
R. Aluisio Azevedo, 288, Santana, tel. (11) 2950-6922, São Paulo. Seg. a sex.: 9h30 às 18h. Sáb.: 9h30 às 16h. CC: Master e Visa
www.pistache.com.br

Repeteco
Quem entra nesse brechó instalado no Brooklin sente um cheirinho gostoso de bebê. “Além de desenvolver essa fragrância para perfumar o ambiente, fiz questão de que fosse tudo branco, paredes, piso e araras,para ressaltar a limpeza”, diz a proprietária, Elizabeth Pinho Casaes, que queria fugir da imagem de galpão empoeirado que costuma ser associada aos brechós. O Repeteco tem cerca de 32 mil peças, entre brechó e ponta de estoque, separadas em masculino e feminino.
A divisão é feita por tipo de roupa. A numeração vai de recém-nascido a oito. As peças também são agrupadas por cores, o que facilita o garimpo.
>>PARA VENDER: O Repeteco não trabalha com consignação. É preciso juntar 60 peças e agendar atendimento.
A avaliação e o pagamento são feitos na hora. R. Ribeiro do Vale, 495, Brooklin, tel. (11) 5531-1012, São Paulo. Seg. a sex.: 9h às 18h. Sáb.: 9h às 16h. CC: Diners, Master e Visa
www.repeteco.com.br

Xereta
As roupas são o ponto alto desse brechó especializado. Uma ponta de estoque funciona no mesmo local: roupas e calçados novos são vendidos com descontos de até 70%. A maioria das peças é de coleções passadas.
Uma vantagem do Xereta é que ele vende pela internet. O interessado escolhe os produtos pelo site, faz o pedido por e-mail e recebe o que comprou pelo correio depois de fazer o depósito bancário. O brechó acaba de mudar de endereço.Agora, há estacionamento, comtrês vagas.
>>PARA VENDER: É preciso reunir um lote mínimo de 20 peças, entre roupas e sapatos, para que então seja feita a avaliação. O cliente pode ter as roupinhas compradas pela loja ou receber um crédito para gastar no próprio brechó. A avaliação é feita na hora.
R. Dr. José de Queiroz Aranha, 74, Aclimação, tel. (11) 3853-3313, São Paulo. Seg. a sex.: 10h às 18h30. Sáb.: 10h às 16h. CC: Hipercard, Master e Visa
www.xeretakids.com.br

O drama do tamanho da criança
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Fabricantes discutem padronizar os tamanhos das roupas infantis não mais por idade e sim por um conjunto de medidas do corpinho. A proposta pode ser implantada ainda neste ano. “O padrão atual está ultrapassado”, diz o presidente da Abravest, Roberto Chadad.
Crianças da mesma idade quase nunca têm o mesmo peso e a mesma altura. “Hoje, o varejo faz muitas trocas, os clientes têm dificuldade para acertar na hora de comprar um presente.”